Na semana que passa,
na vida corrida quase sempre te esqueço
entre outras marcas,
percebo o vento, discorro do pensar atento
e penso: porque te lembro?
De modo que o dia discorre
e o decorrer do dia avança
por minutos ilusórios
persiste a esperança
e a cada tentativa um novo engano
o peso árduo do recomeço
me entrego as forças do desejo
declaro sofrimento
O correr da vida não permite meu poço
e em pouco tempo já retomo o posto
como uma vírgula, uma pausa, um reforço,
da compreensão de um gesto em colocar-me parte do todo.